O que Luciana Stein pode nos ensinar sobre tendências de consumo

Por José Roberto Pinto

22 SET 2014, 15:09

Not�cia: O que Luciana Stein pode nos ensinar sobre tendências de consumo

Não importa se sua empresa é grande ou pequena, se vende serviços e/ ou produtos, se é loja virtual e/ ou física, em qualquer um dos casos, é necessário ficar por dentro de todas as tendências de consumo que se esperam. Afinal, não basta apenas oferecer produtos excelentes com preços espetaculares ou então campanhas publicitárias memoráveis. Mais do que isso, os consumidores querem se conectar com suas marcas preferidas e para isso, é preciso identificar exatamente o que eles querem.

Pensando nisso, resolvemos listar as 7 Tendências de Consumo para este ano que foi apresentada por Luciana Stein, diretora para América Latina da Trendwatching.com - empresa de tendências independente, que examina o mundo todo em busca das tendências de consumo promissoras, com base numa rede de centenas de caça-tendências em mais de 90 países do mundo.

1º Civicsumers
Movimentos urbanos começam a surgir e conferem relevância ao papel dos consumidores enquanto cidadãos.
Os consumidores estão cansados de esperar governos, aumentam número de engajamento nos centros urbanos, discutem transporte, pedem inclusão social nos shoppings, dentre outros. Próximo passo será questionarem as marcas sobre como elas os veem.

2º Bitter truths ou "verdades amargas"
Os consumidores mais maduros aceitam que as marcas falem com eles de forma mais corajosa e rejeitam as que insistem em colocar a verdade embaixo do tapete. Um exemplo disso é a campanha da ONG Teto que fez sucesso, quando conseguiu que celebridades emprestassem seus perfis no Instagram para dar face a pessoas "invisíveis" à sociedade.

3º Guilty free consumption
Os consumidores atualmente estão divididos entre seus impulsos de consumo e o desejo de tornarem-se pessoas melhores; cabe às marcas ajudá-los a se sentirem menos culpados. Não se trata de mascarar, mas entregar prazer genuíno ao consumidor, mas com menos consequências adversas para ele e o planeta.

4º New currencies
A sociedade atual abriu espaço para "novas moedas de troca" que levam o consumidor ao aprimoramento pessoal, desenvolvimento de novas capacidades empreendedoras. A companhia aérea Air Baltic, por exemplo, incentiva consumidores a queimarem as calorias consumidas nas milhas viajadas em 24h00. Os que conseguem, ganham milhas extras.

5º Entrepreneuria
Os consumidores querem ser transformados pelas marcas e elas esperam que eles também as ajudem a vender seus produtos e serviços, além de consumi-las. Marcas têm capacidade de estimular os consumidores para que sejam mais empreendedores - e isso vale para pequenas e grandes companhias. Luciana Stein destacou os casos da Coca Cola, que criou quiosques em países da África e América Latina para vender refrigerante, mas o diferencial era que os espaços eram geridos por mulheres em situação de risco social. Os negócios devem promover reconciliações sociais e no Brasil não sobram oportunidade para marcas atuarem nessa direção.

6º Empathetic pricing ou "Preço da empatia"
As organizações têm absorvido conceitos humanos aos negócios. Empresas se colocam no lugar dos consumidores, identificam pontos de dor na vida de seus clientes e criam mecanismos para minimizar problemas. Entretanto, as formosas saídas, como por exemplo, o humor, muito usado na América Latina, já não é suficiente.
Pensando em minimizar prejuízos para todos durante algum eventual assalto, o Twister Pub, no Rio de Janeiro, criou desconto de 5% para quem paga com cartão de crédito. Uma cafeteria em São Paulo teve café vendido a R$0,20, durante os protestos contra aumento da passagem de ônibus, demonstrando solidariedade à causa.

7º Honest flexibility
Tendência forte e que precisa ser pensada com atenção na América Latina, segundo Luciana Stein. As marcas hoje escondem o que não podem fazer pelo consumidor, quando pela tendência da "honest flexibility" devem deixar claro o que podem ou não fazer pelo consumidor. Durante a crise de 2008, o banco espanhol Bankia fechou agências de cidades pequenas e vilas, substituindo-as por agências móveis, que eram na verdade ônibus que visitavam as cidades e vilas uma vez por semana. Reconheciam que não era bom, mas era o melhor que podiam fazer, naquele momento.



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